segunda-feira, 17 de março de 2008

Poemas que chovem

A chuva que Chovia do céu

Sou apaixonado por dias tristes. Eles me são.
Os dias de sol possui a rotina do sol. Pontualmente burocrático. Não tira férias. Crê na utopia da justiça. As dias de chuva não.
São descompassadamente belas.
As folhas, no outono, cobrem a seca cor da terra, como se pinta o chão no outono para receber o caimento das folhas.
Os dias de chuva, eles me são, um dilúvio de poemas embarcados em curvas de folhas d´águas que do céu despedançam-se ao solo.
Não há como resistir
a música da chuva quanto toca o chão.
Nos dias que chovem as ruas de manhã vestem-se de noite e cores azuladas. Sobre o seu vestido de piche, tons fugidios das árvores deitam sua caligrafia de tinta. Ora adormecem, ora despertam,
Coreograficamente.
Quando chove, atamanham-se as poças de água onde embarcam metáforas em caravelas verdes, que ora adormecem, ora acordam, despertadas pelos ventos.
Quando acordo de mim nos dias de chuva, acapoto-me de pensamentos,
inquietantes inquilinos que não saem para trabalhar nos dias de chuva e fazem farra no prédio de minha razão.
Os dias de chuva me são
guarda-chuvas onde a natureza
liquida metáforas.

André Scucato 25/05/2005

Lindissimo.

angel.

Um comentário:

André Scucato disse...

Boa tarde Angel.

Vejo que admira poesia. Obrigado por publicar este texto, pois gosto muito dele. Agora estou publicando alguns textos escritos no blog http://retratosdeumpoeta.blogspot.com/.

Hoje, por coincidência, publiquei este texto. Espero sua visita por lá.

Sucesso em sua trajetória.

Abraços poéticos
André Scucato