domingo, 6 de janeiro de 2008

TRopa de Elite



Tropa de Elite põe o dedo na ferida desta guerra com sede de adrenalina. Padilha, o premiado diretor do ótimo Ônibus 174, filma com o dedo no gatilho, na mesma velocidade que a descida do protagonista Nascimento ao inferno. Ele vai progressivamente perdendo o controle e o sono, consumindo remédios para contornar sua síndrome de pânico. Um processo semelhante de brutalização acaba por atingir seus subordinados, como os até então serenos Neto (Caio Junqueira) e André (André Ramiro).

Não há trégua, nem compaixão – por isso, alguns acusam o filme de falta de distanciamento crítico, de espaço para a reflexão. A idéia é não deixar o espectador respirar, levá-lo junto nessa viagem infernal, induzindo-a a reagir emocionalmente a essa paisagem devastada de ética para que depois ele se interrogue, como Nascimento – mas no que estamos todos nós nos transformando? Ponto para reflexão inclusive de quem, inadvertidamente ou não.

angel.




criado por angel 20:30:58

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